A 5 de setembro de 1856 foi emitido o manifesto da comissão eleitoral progressista de Lisboa[3]. Já antes, em 3 de julho, O Portuguez anunciara que o partido progressista anunciaria em breve o respetivo programa, contrariamente do que faziam os regeneradores que nunca tivera um programa formal[3].
Como a Rainha D. Maria II era partidária do Partido Regenerador, nenhum governo do Partido Histórico foi nomeado durante seu reinado. O seu marido, D. Fernando II, também manteve o Partido Regenerador durante o período em que foi regente do seu filho menor de idade, D. Pedro V. Isso só mudou quando D. Pedro V começou a governar de forma independente em 1855. No mesmo ano, ele nomeou o Duque de Loulé como chefe do governo pela primeira vez[5].
Sendo uma monarquia parlamentar oligárquica, os políticos tanto do Partido Regenerador quanto do Partido Histórico vieram da classe alta. Por se tratar de um grupo pequeno e autocontido de pessoas com as mesmas origens, formou-se um sistema de rotação regular no exercício do governo, denominado rotativismo na historiografia portuguesa. Assim que um partido deixava de ser capaz de exercer o governo, devolvia o seu mandato ao monarca, que então nomeava um chefe de governo da oposição. Só então o monarca dissolvia o parlamento, de modo que se assegurasse que o partido que acabava de assumir a responsabilidade governamental também obtivesse maioria parlamentar, o que era assegurado manipulando as eleições se necessário. Nesse sistema, os dois principais partidos revezavam-se na responsabilidade governamental, garantindo que ambos governassem quase ao mesmo tempo. Ao abrigo deste sistema, o Duque de Loulé e consequentemente o Partido Histórico dirigiram três vezes o governo.
↑Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910 vol. 2, Maria Filomena MÓNICA,Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais e Assembleia da República, 2004-2005, pp. 439-441.