A história de São Pedro da Aldeia está diretamente ligada à experiência gerada da invasão francesa ao Rio de Janeiro. Do século XVI aos dias atuais, a terra aldeense refletiu, em sua epopeia e em seu pequeno microcosmos, as fases pelas quais passou o próprio Brasil.
Período Colonial
A data de fundação da Aldeia de São Pedro do Cabo Frio não constituiu para os primeiros historiadores que dela se ocuparam um ponto pacífico. No entanto, Silva Lisboa, Alberto Lamego e Padre Serafim Leite concordam que a data de 31 de maio ("derradeiro de Maio") seria o dia exato do despacho do Capitão-Mor de Cabo Frio, Estevam Gomes, ao requerimento que lhe fora interposto pelo Padre Antônio de Mattos, Reitor do Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. A carta da sesmaria foi passada em 2 de junho seguinte e a posse verificou-se no dia 16 do dito mês. As terras que seriam concedidas aos índios, ficaram em sua terça parte na posse dos padres da Companhia. Elas abrangiam duas sesmarias: uma em lugar determinado, Jacuruna, provável primeiro nome da região onde hoje se encontra São Pedro e cujo nome vem do Jacu, ave comum na região, e "una" 'preto', cor da sua penugem; e a outra região escolhida seria na Ponta de Armação dos Búzios ou em Iguna, "sendo que rejeitada, seria repartida pelo povo, o que nunca se fez", conforme Lamego, em A Terra Goytacá.
O núcleo original da Aldeia de São Pedro foi constituído por 500 índios já catequizados, trazidos do Espírito Santo, da aldeia de Reritiba, na qual havia exercido o sacerdócio o padre José de Anchieta e hoje, em sua homenagem, leva seu nome.
A primeira página da história aldeense dá Serafim Leite, citando em tradução, trecho da obra de Baltasar de Siqueira, intitulada "TRIENNIUM LITTERARUM AB ANNO MILESIMO SEXCENTESIMO DECIMO SEPTIMO AD DECIMUM NONUS": "Esta teve início no ano de 1617." Exercitam nela os mistérios da Companhia dos Padres, que trouxeram para ela, da Capitania do Espírito Santo, 500 índios; o Capitão de Cabo Frio, Estevam Gomes, recebeu-os com todo o obséquio e cortesia. E os padres, feito o desembarque, celebrou solenemente o Santo Sacrofício da Missa, com cantos a duas vozes, pelo índios que trouxeram consigo. Depois, seguiram para o lugar escolhido, levantaram a Igreja Matriz de São Pedro e construíram casas.
Para se ter uma ideia do crescimento da aldeia, a Aldeia de São Pedro do Cabo Frio, em 1689, tinha três vezes a população de Niterói.
Em novembro de 1759, o desembargador João Cardozo de Azevedo realizou o sequestro da Aldeia de São Pedro e aprisionou três jesuítas que trabalhavam na conversão dos gentios. Extinta a Companhia de Jesus, o cargo de doutrina e administração do povoado foi entregue aos padres Capuchos da Província da Conceição, até a posterior transformação em Paróquia. A elevação a esta categoria, que se deu em 2 de dezembro de 1795, serviu para impulsionar a participação efetiva de São Pedro na vida da Província e também marcou o começo da efetiva migração dos "brancos" para a antiga aldeia. O primeiro pároco, Manuel da Almeida Barreto, foi o primeiro clérigo secular dentro desta nova prerrogativa.
Longe de cassarem os conflitos na região, São Pedro viu surgir uma nova rusga no relacionamento entre metrópole e colônia. A comercialização do sal era monopólio régio, ou seja, todo o sal consumido na colônia deveria vir da metrópole. O problema é que, já no final do século XVIII, desde a cidade de Cabo Frio até a lagoa de Araruama, os habitantes começavam a explorar o sal. Queimando a parte superior das dunas salinas, eles formavam uma casca que permitia a conservação e a posterior comercialização, o que prejudicava o monopólio português. A fartura conseguida, evidentemente, diminuiu o consumo de sal de Portugal. Depois de inúmeras queixas, o Reino Português começou a ceder, mas já era tarde. Conforme notícia de 1797, " a preguiça dos povoadores atuais em extrair o lodo e as ervas podres do lugar onde se faz a colhedura, fez com que se perdesse maior parte da produção no lodo", mas ressaltava, "isso não se perdeu assim na salina dos índios da Aldeia de São Pedro, formada em terra firme, em lugar denominado Apicuz, que beneficiada em termos, deu o sal tão puro como um cristal e nenhum grão se desperdiçou".
Período Imperial
Os brancos, através do Instituto do Orfanamento, foram gradualmente se infiltrando nas terras da aldeia e iniciando uma exploração de braço escravo, a mão-de-obra negra chegava a São Pedro, principalmente com a cultura do café. Data desta época a construção das primeiras casas de residência e fazenda, feitas com óleo de baleia, pedra e cal.
Em 2 de fevereiro de 1840, os brancos de São Pedro fundam a Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento, responsável pela construção do cemitério da Irmandade e também pela construção da nova igreja, na frente da antiga e simplória igreja dos jesuítas. O motivo principal desta construção foi que o homem branco do século XIX, voltado para a cultura europeia, decidiu substituir a simples igreja dos indígenas por um templo mais de acordo com os "padrões do século". Quando de passagem pela região, em 10 de julho de 1865, a Princesa Isabel e o Conde D'Eu, seu marido, passaram a fazer parte da Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento como membros e augustos protetores.
República Velha
Pelo Decreto n. 118, de 10 de setembro de 1890, foi criada a Vila de Sapiatiba ("abundante em sapê", conforme em Tupi), com sede na Freguesia da Aldeia de São Pedro, abrangendo seus limites. O município de Sapiatiba foi desanexado de Cabo Frio, ainda que permanecesse fazendo parte da comarca desse município. O decreto foi assinado pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Portella.
Quase dois anos depois, pelo Decreto n. 1, de 28 de maio de 1892, o então presidente do Estado do Rio de Janeiro, José Thomaz da Porciúncula, declarou extinto o município de Sapiatiba, voltando a integrar o de Cabo Frio. Para essa medida, ele alegou que a vila não tinha população necessária (10 mil habitantes) para ser independente.
A situação econômica, social e política dos habitantes da Freguesia da Aldeia de São Pedro não podia aceitar passivamente essa regressão política e administrativa, e suas reivindicações justas e clamorosas resultaram na Lei n. 35, de 17 de dezembro de 1892, que restaurou o Município de Sapiatiba, atribuindo-lhe desta vez o histórico e antigo nome do padroeiro da aldeia e da freguesia: São Pedro da Aldeia.
O Município passou então a possuir dois distritos: o 1º Distrito, o qual era composto pela cidade de São Pedro da Aldeia, e o 2º Distrito, pela localidade de Iguaba Grande, criado em 8 de junho de 1954, pela Lei nº 2.161.
Nova República
No dia 13 de março de 1994, ocorreu a votação para determinar a separação político-administrativa do 2º distrito aldeense. Cerca de 94% dos eleitores foram às urnas concordando com a emancipação do distrito de Iguaba Grande. Indo ao encontro da vontade popular, em 8 de junho de 1995, pela Lei Estadual n. 2.407, o distrito de Iguaba Grande se torna independente de São Pedro da Aldeia, sendo emancipada pelo prefeito à época Rodolfo José Mesquita Pedrosa.
Economia
A economia aldeense é fundamentada basicamente na pesca artesanal, turismo, comércio local e extração de sal marinho, atualmente em pouca quantidade.
Cabe ainda destacar que São Pedro da Aldeia é sede regional de importantes órgãos da sociedade, como o ETRL/IPHAN-RJ, Prolagos (empresa de distribuição de água da região) e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
A cidade detém o mais importante polo de empresas de distribuição de toda a região, contanto com aproximadamente 10 empresas. Abriga o Aterro Sanitário Dois Arcos, o único da Região dos Lagos. Em 4 de agosto de 2013, foi inaugurado no aterro a primeira Usina de Tratamento de Biogás do Brasil, um projeto de gás natural renovável (GNR), tornando São Pedro da Aldeia a cidade brasileira pioneira na geração de biogás em um aterro sanitário.
Extração de Sal
Seguindo a vocação da região abundante em vento e sol, São Pedro da Aldeia teve como principal atividade econômica a extração de sal marinho desde a época do Brasil Colônia. Essa atividade enriqueceu a elite aldeense com o "ouro branco", o qual era o mais puro e menos custoso de todo o Império Português, gerando grandes lucros. Contudo, a atividade decaiu com a competição com o sal do Rio Grande do Norte e com a ajuda da especulação imobiliária gerada pelo turismo.
Turismo
São Pedro da Aldeia é destaque por ser a cidade conservadora da história não só do município mas também de toda a região.
Na cidade, é possível encontrar a Casa da Flor e a Igreja Matriz, ambas tombadas pelo Patrimônio Histórico. Também sedia museus de grande importância, como o único Museu da Aviação Naval do Brasil, e em fase de conclusão o Museu Ferroviário da Região dos Lagos na antiga estação ferroviária da cidade, que está sendo implementado pelo IPHAN.
As praias são um capítulo à parte: águas termicamente agradáveis banhadas pela Laguna de Araruama, a maior laguna hipersalina do mundo. Esportivamente, São Pedro da Aldeia é excelente para prática de esportes náuticos, como kitesurf, Windsurf e Iatismo, por ter ventos fortes e águas tranquilas.
Atualmente, São Pedro da Aldeia tem como principal atividade econômica o turismo. Suas belíssimas praias, centro histórico, áreas de preservação de Mata Atlântica, museus, festividades, entre outros variados atrativos fazem de São Pedro da Aldeia um dos principais destinos turísticos da Região da Costa do Sol.
Entre as principais atrações culturais da cidade estão:
Igreja Matriz de São Pedro: erguida na época da União Ibérica na Aldeia de São Pedro, serviu como colégio jesuítico para a região. Os materiais adotados para a construção da igreja foram basicamente a pedra, a cal e também o tijolo. Hoje é tombada pelo Patrimônio Histórico.
Casa da Flor: a casa, iniciada em 1912, a partir de 1923, após um sonho do artista, passou a ser acrescida aos poucos de objetos encontrados no lixo, cacos de cerâmica, de louça, de vidro, de ladrilhos e de outros objetos considerados imprestáveis para o uso: lâmpadas queimadas, conchas, pedrinhas, correntes, tampas de metal, manilhas, faróis de automóveis etc. Aos poucos, foram formados flores, folhas, mosaicos, cachos de uvas, colunas e esculturas fantásticas, fixados dentro e fora da casa. Edificação tombada pelo patrimônio histórico.
Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia: única de seu tipo no país, foi criada pelo Decreto n. 58.378, de 10 de maio de 1966, assinado pelo então presidente da República Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. A BAeNSPA atua ainda como um órgão de execução e fiscalização do Serviço Militar, dispondo de um aeródromo militar que, por força da legislação brasileira em vigor, opera como aeródromo alternativo para o tráfego da região do Rio de Janeiro.
Museu da Aviação Naval: foi criado em 23 de agosto de 2000, está localizado na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia e é o único do gênero em todo o Brasil. O Museu conta com um acervo diversificado com aeronaves originais e réplicas, diversos motores, inúmeras maquetes, fotos, documentos e manuais das OMs do Complexo da Força Aeronaval.
Estação Ferroviária de São Pedro da Aldeia: o monumento que fez parte da extinta Rede Ferroviária Federal já havia sido vendido, e a prefeitura municipal readquiriu o imóvel para dar início à restauração. As obras começaram em 2010 por iniciativa do IPHAN, fazendo a população e turistas voltarem a se interessar pela antiga construção, de estilo art déco e cor amarelo ocre, antes encoberta sob diversas camadas de tintas. Em 17 de agosto de 2011 foi entregue à população a primeira fase de restauros da estação com implementação do escritório regional do IPHAN, o Centro de Memória Ferroviária de São Pedro da Aldeia e a videoteca do projeto Cine Estação São Pedro.
Casa dos Azulejos: trata-se de um imóvel em estilo colonial construído pela família do fazendeiro português de Feliciano Gonçalves Negreiro no ano de 1847. O material utilizado na construção foi argamassa de argila, conchas e óleo de baleia, com telhas do tipo que os escravos modelavam uma a uma sobre suas coxas, além de um revestimento em azulejos fabricados em Portugal, fato que tornou o imóvel característico e requintado. Recebeu visitas ilustres, sendo uma delas a herdeira do trono do Império do Brasil, a Princesa Isabel e seu marido Gastão de Orléans, o Conde D'EU.[5]
Entre as principais atrações naturais da cidade estão:
Laguna Araruama: banha todo o município e é a maior laguna hipersalina do mundo. É chamada pelos leigos erroneamente de lagoa, entretanto possui características de laguna, pois além de ser salobra tem ligação com o mar através do Canal do Itajuru. Com ventos fortes, é ótima para práticas de esportes como Kitesurf, Windsurf, Iatismo etc.
Praias: A cidade possui belas praias com águas límpidas e tranquilas. Alguns exemplos são a Praia do Sudoeste, Praia do Sol, Praia da Pitoria, Ilha do Boi e Fazenda Roberto Marinho.
Geografia
O município localiza-se na latitude 22º50'21" sul e na longitude 42º06'10" oeste na Região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro, atualmente classificada como Região da Costa do Sol. A região é formada pelos municípios de Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Armação dos Búzios, Araruama e Saquarema.
O município já teve outros dois nomes, Jacuruna (provável primeiro nome da região onde hoje se encontra São Pedro, e cujo nome vem do Jacu, ave comum na região, e "una" 'preto', cor da sua penugem) e Vila de Sapiatiba, pelo Decreto n. 118, de 10 de setembro de 1890 (abundante em sapê, conforme em Tupi). Sapiatiba significa “lugar com abundância de sabiás e sapê”. Com o tempo e atualização histórico cultural do lugar e desaparição do sabiá de uma parte da área, o termo Sapiatiba passou a denominar Sapeatiba, dando origem a um bairro, que ficou em forma de homenagem a antiga Vila de Sapiatiba, onde hoje é composta pelos bairros de Balneário, Praia Linda e Sapeatiba Mirim (em que se localiza a Serra de Sapeatiba).
Sua população, segundo o IBGE em 2010, é de 88.013 habitantes distribuídos numa área de 358,66 km².
São Pedro da Aldeia tem um litoral circundando a Laguna de Araruama, formando pontas e enseadas. O solo aldeense é rico em material conchífero, e é de formação calcária. Parte do município encontra-se localizada na Serra de Sapeatiba, protegida pelo Decreto n. 15.136 de 20 de julho de 1990 como uma Área de Proteção Ambiental, que apresenta, junto com o município de Iguaba Grande, uma área de 6000 ha.
Serra de Sapeatiba: A Serra ocupa 60 km² e atinge mais de 350 metros de altitude em São Pedro da Aldeia. Constitui uma da poucas áreas de preservação da região, tornando Área de Proteção Ambiental - APA - através do Decreto n. 15.136 de 20 de julho de 1990 sob tutela do Inea, sendo parte integrante da Parque Estadual da Costa do Sol (Pecs).
Vegetação
A vegetação é característica das Baixadas Litorâneas, com incidência de árvores como Amarelo, Paineiras, Cambuinha, Maricá, Pau-Ferro, Sapucaia, Aroeira, Cajá-Mirim, Pau d’Alho, Sibipiruna, Jacarandá, Jequitibá, além de sapê, orquídeas, bromélias e plantas de uso medicinal, em suma, Mata Atlântica.
Hidrografia
São Pedro da Aldeia tem uma grande rede hidrográfica, com rios, riachos e córregos. Abriga os rios Una, Paupicu, Ramalho, São Mateus, Cabista, Ubá, da Pedra, Iguaçaba, Frecheiras e Itaí, os riachos Cândido, Pereira e Tio Mariano, e os córregos Joaquim da Mota, Pau Rachado, Bogã, Retiro e Piripiri.
Laguna Araruama: é a maior laguna hipersalina do mundo, sendo classificada como lagoa erroneamente, pois além de ter conexão com o mar através do Canal do Itajuru é salobra, ou seja, trata-se de uma laguna. A sua história econômica está relacionada à extração de sal (pela elevada salinidade de suas águas), à pesca (principalmente tainha, carapeba, carapicu e camarões) e à extração de moluscos para moagem.
Seu clima é Tropical, quase semiárido, com índice de precipitação anual de 916 mm, segundo a Somar Meteorologia, sendo no inverno reduzido bastante. Os meses de novembro e dezembro são os mais chuvosos, e os meses de junho e julho são os mais secos. As médias de temperatura anuais são altas, variando entre 24 °C e 28 °C. O inverno apresenta temperaturas amenas, com média das mínimas ficando entre 11 °C a 16 °C. Entretanto, o verão é quente, não raramente atingindo temperaturas superiores a 35 °C. A região dos Lagos é influenciada por grandes rajadas de ventos na maioria dos dias do ano. Esse fenômeno determina a região como a região "Dispersora de Ventos". A presença destes ventos empurram a maioria das chuvas de verão para o interior do estado do Rio de Janeiro e também a maior parte das frentes frias. A presença de vegetação rasteira e espinhosa é uma prova da quase ausência de chuvas na região dos Lagos. Os ventos frescos e constantes advindos da Laguna de Araruama e do Oceano Atlântico atenuam o clima na região, tornando a maioria das noites do ano frescas e os dias menos abafados com temperaturas que raramente excedem 35ºC e nunca alcançam 40ºC, como na Capital do Estado. A presença da Corrente das Falklands e a do fenômeno da Ressurgência também mantêm o clima mais ameno que uma mesma cidade numa mesma latitude que São Pedro quando influenciada por correntes quentes.
Subdivisões
Essa é uma lista de bairros do município de São Pedro da Aldeia.[6]
Em 2010, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 88.013 habitantes, sendo o trigésimo mais populoso do estado e apresentando uma densidade populacional de 265,05 habitantes por km².[8] Segundo esse mesmo censo, são 43.431 homens (48.4%), 44.444 mulheres (50.6%), e 82.148 (93.5%) viviam na zona urbana e 5.727 (6.5%) na zona rural.[9] De acordo com o IBGE, São Pedro da Aldeia possuía 50.227 eleitores em 2010.[10]
A incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 24,56%, o limite inferior da incidência de pobreza é de 20,68%, o superior é de 28,45% e a incidência da pobreza subjetiva é de 21,18%.[11]
Tal como a variedade cultural em São Pedro da Aldeia, são diversas as manifestações religiosas presentes na cidade. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, é possível encontrar atualmente na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes, além de pessoas adeptas a outras religiões. Além disso, o crescimento das pessoas sem religião também vem sido notado, chegando a quase de 18,69% da população.[13]
De acordo com dados do censo de 2000, realizado pelo IBGE, a população de São Pedro da Aldeia é composta por: católicos (44,31%), evangélicos (33,29%), pessoas sem religião (18,69%), espíritas (1,36%), umbandistas (0,33%), oriental (0.24%) e outras (1,09%).[13]
Indicadores socioeconômicos
São Pedro da Aldeia possui um IDH médio (0,780).[14] Porém, a distribuição do desenvolvimento humano na cidade não é homogênea.
O IDH estabelece três critérios para avaliação: o índice de educação, longevidade e renda. O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,876 – patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).[14] A taxa de alfabetização de São Pedro da Aldeia é alta, de acordo com o censo do IBGE de 2000, atingindo 90.9% de alfabetização.[15]
Criminalidade
Em 2011, São Pedro da Aldeia foi eleita a 266º cidade mais perigosa do Brasil segundo ranking da ONU, ficando como a 11ª cidade mais violenta do estado do Rio de Janeiro. A taxa de assassinatos é de 41,2, com pouco mais de 37 mortes/ano.[16]
Cultura
Museus
Por ter feito parte da história política e econômica do Brasil, São Pedro da Aldeia é praticamente um museu a céu aberto, com bairros e edifícios de incalculável valor histórico. A cidade possui dois museus de grande relevância nacional: o Museu da Aviação Naval, o único de seu gênero no país e a Casa do Patrimônio, na antiga estação ferroviária da cidade, a qual é sede do escritório regional do IPHAN.
Museu da Aviação Naval: O Museu da Aviação Naval brasileira, foi criado em 23 de Agosto de 2000, está localizado na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia na cidade de São Pedro da Aldeia, é o único do gênero em todo o Brasil. O Museu conta com um acervo diversificado com aeronaves originais e réplicas, diversos motores, inúmeras maquetes, fotos, documentos e manuais das OM do Complexo da Força Aeronaval.
Museu Regional do Sal Manoel Maria Mattos: O museu, inaugurado em 30 de dezembro de 2020, está localizado às margens da RJ-140 no bairro Balneário. Ele é o primeiro museu do sal do Brasil. Os visitantes poderão contemplar imagens e objetos referentes às salinas, como rodos, moinhos, carrinhos e outros, além da estátua de um salineiro em tamanho natural e outros atrativos relacionados à essa indústria e cultura.[17]
Casa do Patrimônio: A antiga Estação Ferroviária de São Pedro da Aldeia, que tinha a função de escoamento da produção na região e de comunicação com a capital Rio de Janeiro, foi restaurada pelo IPHAN e entregue a população em 17 de Agosto de 2011. Atualmente abriga Centro de Memória Ferroviária de São Pedro da Aldeia, com a história da estação que tanto ajudou ao desenvolvimento da região. O prédio histórico também é sede do escritório regional do IPHAN e do Cine Estação São Pedro, uma iniciativa do IPHAN com o Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC). O objetivo é implantar em cidades históricas brasileiras salas de cinema que possibilitem o uso da ferramenta como instrumento de difusão e debate do patrimônio para o público em geral.
Teatros
São Pedro da Aldeia possui o maior teatro da Região dos Lagos, palco de diversos espetáculos tanto regionais quanto a nível nacional.
Teatro Átila Costa: É o maior teatro da Região dos Lagos, possui uma área de 1.330,26m², a caixa cênica do teatro foi elaborada por José Dias, o qual foi consultor técnico responsável pela reforma do Theatro Municipal do Rio de Janeiro na reforma de 2009-2010, assim como o Teatro Oi Casa Grande (Leblon). Possui "palco italiano" com 14x8m, capacidade para 404 lugares, ar condicionado central silencioso, assentos confortáveis e especiais para pessoas com obesidade, adaptado a deficientes físicos (espaço para cadeirantes e portadores de necessidades especiais, assim como rampas de fácil acesso), camarins, área para cenários e uma Escola de Artes, com quatro grandes salas para oficinas, salas de som e iluminação e banheiros. O salão de entrada é amplo e pode abrigar exposições de artes plásticas.
↑ ab«Estimativa populacional 2020 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2020. Consultado em 4 de setembro de 2020
↑«Ranking IDH-M dos municípios do Brasil 2010». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 19 de maio de 2019